sexta-feira, 20 de julho de 2012

Paróquia Nossa Senhora Aparecida De Alfenas - Mg Com Materiais De Formação para As Servas do Altar e As Coroinhas ( Parte II )


Formação Em  Dia


O que são Foranias? Vicariatos? Dioceses? Você sabe?

Você conhece a organização eclesiástica e administrativa da Igreja?
Para a melhor organização administrativa e pastoral a Igreja Católica Apostólica Romana possui uma estrutura feita com subdivisões, onde  cada  uma delas possui determinadas funções confiadas a um presbítero (padre) que exerce, em nome do Papa, a coordenação de todas as atividades. Resumidamente, percebemos as seguintes províncias eclesiásticas:


Como já foi dito, cada uma possui funções determinadas e um representante da Igreja exercendo o papel de liderança, tanto para a ação pastoral quanto para eventuais dificuldades relacionadas à Doutrina e a Administração. Em termos gerais podemos explicá-las da seguinte maneira:

ARQUIDIOCESE  É a província eclesiástica que abrange todas as dioceses de uma região. Quem a governa e a preside é o bispo mais importante: o Metropolita, que, a partir do ano de 1301, passa a se chamar Arcebispo (bispo que possui a missão de ser chefe espiritual e de jurisdição da Arquidiocese ou também chamada Metrópole). Podemos dizer que a Arquidiocese é a Diocese do Arcebispo. Cada arquidiocese possui uma “Catedral”, local onde se encontra a “cátedra” – cadeira – do Arcebispo. Na paramentação litúrgica, o arcebispo metropolita distingue-se pelo uso do pálio (Tem a forma de uma faixa circular que carrega sobre os ombros e da qual pendem ante o peito e nas costas duas atiras retangulares, tudo de lã branca, se destacando dela seis cruzes de seda negra ou vermelha).

DIOCESE É a circuncisão eclesiástica dirigida pelo bispo. Ela é também chamada de Bispado. O Código do Direito Canônico, no nº 369, afirma que a diocese é a “porção do povo de Deus confiada a um bispo”. Lá existe a Cúria Diocesana, ou seja, o conjunto de organismos com os quais o bispo governa pastoralmente. Os bispos têm como investiduras o Anel (simbolizando seu casamento com a Igreja, sua Diocese) e o Báculo (lembra um “cajado” - simbolizando o pastor de sua Diocese). Os bispos são sucessores dos Apóstolos como pastores da Igreja, mensageiros do Evangelho de Cristo. Também são chamados de Sufragâneos.

VICARIATO – Dentro de cada diocese existem um ou mais Vicariatos. Os Vicariatos episcopais são um instrumento evangelizador mais descentralizado. Colaboram para o atendimento às exigências da ação evangelizadora em cada grande área geográfica ou ambiental, organizando melhor o trabalho e as relações pastorais. Já os Vicariatos territoriais, por sua vez, são divididos em áreas pastorais menores, designadas pelo Código de Direito Canônico como foranias, que agrupam algumas paróquias. O vigário episcopal (presbítero colaborador do bispo), nomeado pelo Arcebispo, que formará a Coordenação do Vicariato, com os representantes das foranias. Cada Vicariato enviará representantes para comporem a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral. Os vigários episcopais cultivam uma estreita relação pastoral com o arcebispo, na medida em que colaboram com o governo pastoral da Arquidiocese. Eles multiplicam e difundem o próprio ministério do arcebispo.

FORANIA  É um grupo determinado de paróquias dentro de um Vicariato. Cada forania é confiada a umvigário forâneo (título dado pelo bispo a um grupo de padres dentro de um Vicariato). Essa união de diversas paróquias mais próximas territorialmente favorece o trabalho pastoral mediante uma ação em comum. Os padres forâneos são eleitos pelos representantes das paróquias (párocos e vigários) por 2 anos, que por sua vez, representam aquele território, ou seja, a forania junto ao conselho presbiteral.

PARÓQUIA  É uma comunidade dentro da Diocese entregue aos cuidados pastorais e administrativos de um presbítero que recebe o título de pároco. Antigamente eram chamadas de “Freguesias”. Ele deve trabalhar em comunhão com a diocese, as lideranças pastorais e os demais fiéis batizados. Além do pároco, também vemos a atuação do vigário paroquial (sacerdote que o bispo diocesano nomeia para coadjuvar um pároco no exercício do seu ministério pastoral). Só os padres podem ser párocos, mas numa paróquia pode haver também um diácono que trabalha com o pároco e o vigário.  Além das pessoas, uma paróquia tem sempre um território e uma igreja principal, chamada igreja paroquial. Pode ter outras igrejas menores, chamadas de ermidas ou capelas.

CAPELA  Antigamente chamadas de “ermidas”, é uma pequena comunidade numa região administrada por uma Paróquia. Além do Culto a Deus, podem-se realizar casamentos e os demais sacramentos, além das atividades sociais e pastorais. 

A moral e a ética cristã


Os Conceitos

A Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Já a palavra Ética é o domínio da Filosofia que procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de alterá-la. Ética significa, etimologicamente, “costume, conjunto de atos que uma comunidade ou uma pessoa realizam porque os consideram válidos”. Num sentido mais específico, a Ética é uma  disciplina filosófica que compreende todas as questões relativas às idéias morais e às normas de conduta humanas.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade. 

- Imoral = o que é contrário à moral. Ex: a nudez do índio não é imoral, por causa do costume indígena, por causa da cultura.
- Moral cristã = costumes religiosos.
- Ética = costumes indicados pela razão humana ou valores descobertos pela razão humana.


Ex: o aborto = objeção da consciência. É capitulado em lei, mas é contra a moral cristã. É legal, porém é imoral.
Portanto, nem tudo o que é legal, é ÉTICO, é MORAL.
Quando falamos de moral, de ética, falamos de valores.


 A Moral e a Ética Cristã
      
 O que são valores? à Valor é um conjunto de qualidades que determina o mérito e a importância de um ser referente ao binômio BEM e MAL. Por exemplo: Caráter, Honra, Fidelidade, Idoneidade. Ex: Se quero fazer um contrato, procuro uma pessoa honesta. Se quero casar, procuro uma pessoa que seja fiel, que telha caráter. Nós nascemos com valores, com razão independentes do credo, religião, porque todos nós nascemos com uma lei eterna que sempre diz "Faça o bem e evite o mal" - este é o princípio da ética. E nós sabemos quando agimos corretamente porque essa lei está dentro de cada um de nós na faculdade que se chama CONSCIÊNCIA.
Se a Ética representa o costume ou conjunto de atos que uma comunidade ou uma pessoa realizam porque os consideram válidos, então a Ética Cristã responderá pelos costumes ou conjunto de atos praticados pelos cristãos. E se alguém se preocupa com os bons costumes, os cristãos deverão encontrar-se na primeira linha de ataque. Ataque àquilo que é mau e contrário aos costumes dos cristãos mais antigos. A palavra “ethos” aparece 12 vezes no Novo Testamento (Lucas 1:9; 2:42; 22:39; João 19:40; Atos 6:14; 15:1; 16:21; 21:21; 25:16: 26:3; 28:17; Hebreus 10:25) e significa estilo de vida, conduta, costume ou práticas. O plural “ethe” aparece em I Coríntios 15,33 quando se diz que “as más conversações corrompem os bons costumes”.
O cristão não vive de tradições!! Apóia-se na Bíblia, que é a sua regra de fé, busca a direção de Deus para a sua vida através da oração e comunhão com o Criador. A Bíblia é o Livro do Deus vivo e conseqüentemente um Livro vivo. Os seus textos, aparentemente conservadores, encerram mensagens vivas e atuais para a nossa vida. Há, porém, um aspecto que não se deve perder de vista; a maneira simples e piedosa de aceitação do Evangelho, o modo de proceder em cada situação e outras qualidades que foram transitando através dos tempos entre os filhos de Deus. São esses costumes que constituem a Ética Cristã. Se há costumes respeitados pelos cristãos que vêm desde épocas distantes, não há razão para serem postos de lado agora. Sim, se os cristãos do passado eram abençoados procedendo de certa maneira, devemos continuar com esses bons costumes nos dias de hoje.

Não podemos ser “pescadores de aquário”, como diz o bispo de Friburgo Dom Rafael Cifuentes. Eu preciso ser exemplo (“Sal da terra e luz do mundo”) perante minha família, meu ministério, minha Igreja sempre, em todo o lugar e a toda a hora!!! O que adianta eu ser uma pessoa na igreja, nos encontros e eventos e outra totalmente diferente com a minha namorada, com meus amigos... Mascarado não dá mais pra viver! Temos que fazer nossas escolhas, sair de cima dos muros da indecisão (Ap 3, 15-16)

Deus não quer homens e mulheres conformados com este mundo (Rm 12, 2); é preciso ir além e não tomar a forma dada por uma vida paganizada. Antes devemos, convertendo-nos para o Senhor, deixar renovar a nossa mente. Essa é a única maneira de discernir a vontade de Deus. Todo aquele que assume a Fé em Jesus, deve assumi-la incondicionalmente “Aquele que vive E crê em mim jamais morrerá” (Jo 11, 26) Se somos cristãos, devemos seguir o exemplo de Jesus. "Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou." (1Jo 2, 6) Não podemos apresentar um Jesus deformado, quando não aceitamos a renovação da nossa vida. Lembre-se sempre: O ouvido mais próximo de suas palavras, não é o do irmão, é o seu!!! . “Meu justo viverá pela fé, mas se voltar atrás não contará com a minha estima”(Hb 10, 38). Não podemos criar um novo catecismo, viver e pregar o nosso próprio Evangelho, anunciar umCristo light. A oração deve orientar a nossa vida e devemos aproveitar dos nossos momentos de intimidade com Deus para pedir as diretrizes que nos vão conduzir. Quem reza e não ouve a Deus é como um cego diante de um imenso horizonte, só faz idéia por aquilo que lhe dizem e não pelo que de fato experimentou.

Assim, a Ética Cristã não exclui a razão, mas aplica-se à obediência a Cristo. Na sua essência é normativa, enquanto a Ética secular é descritiva. A Ética Cristã é também ensino, mandamento, diretriz, enquanto os costumes são variáveis e flexíveis. Os Dez Mandamentos constituem o primeiro tratado de ética dado pelo Senhor com o propósito de regular o comportamento humano no cumprimento dos seus deveres para com Deus, para com o próximo e para consigo próprio. A Ética Cristã é normativa porque se baseia em normas estabelecidas pelo Criador.

Há costumes dos povos que se desatualizam: as modas passam, e até outros aspectos que caem em desuso devido à sua pouca expressividade. Porém, as nossas reações, a maneira de proceder, o comportamento, a apresentação e muitos outros valores próprios de quem vai viver com Jesus por toda a Eternidade, não devem passar de moda. Os cristãos ficam abismados e indignados ao ver que essa sociedade de padrões morais supostamente flexíveis, a qual se recusa a aceitar parâmetros de certo e errado, tende a condenar veementemente os cristãos que desafiam as suas idéias. “O Deus de vocês só sabe condenar”, anunciou-me uma amiga minha – sem perceber ou talvez sem se importar com o aspecto de que ela mesma estava julgando o nosso amado Deus.

 Um cristão deverá ser diferente dos não-cristãos?? Sim. Refiro-me a ser diferente para melhor. Não a chamar a atenção imediata por vestir algo muito antigo ou extravagante, mas pela sua postura. O cristão deverá deixar uma boa impressão, o bom cheiro de Cristo, como a Bíblia refere. Não basta ser cristão; é preciso parecer também que o é. Não é suficiente ter uma boa moral; é necessário não deixar dúvidas a esse respeito. Como deverá ser a atitude de um católico face à guerra? E quanto à responsabilidade social? E o sexo? A Homossexualidade? Como deverá ser visto o controle de natalidade? Qual a posição de um cristão quanto à eutanásia, suicídio, pena capital e aborto? Ecologicamente como estamos? Como procedemos? Atendemos às normas sociais e às condutas bíblicas? E os reais valores? 

Pela ginástica do raciocínio comum hoje, os escritores dizem que não podemos mais retomar aqueles valores ingênuos, pois os problemas da sociedade atual são por demais complexos e esmagadores. E quais são esses problemas? Gravidez na adolescência, disparada do número de divórcios, doenças sexualmente transmissíveis, pais ausentes, famílias criadas só pelo pai ou só pela mãe, vulgarização e exploração do sexo na mídia, conflitos raciais, violência nos meios de comunicação, violência das gangues, crianças que matam sem remorso... A lista assustadora parece não ter fim. Isso deixa os cristãos decepcionados e desconcertados, pois são exatamente os problemas que poderiam ser resolvidos – ou pelo menos atenuados – por meio do comprometimento com a moral bíblica. São problemas que se exacerbaram justamente quando a sociedade abandonou os valores cristãos. A coincidência é grande demais para não ser levada em consideração.

Para compreender o fervor moral dos cristãos, os não cristãos precisam entender que a nossa moral começa não por uma lista de mandamentos, mas pelo relacionamento com Deus. Em conseqüência de ter fé em Cristo e de conhecê-lo, é claro que tentamos segui-lo em nossos atos. As suas leis ajudam a segui-lo com maior fidelidade e de maneira mais inteligente. Elas dão uma referência objetiva quando somos assaltados por dúvidas ou desviados pelos desejos. Como nem sempre queremos obedecer a Deus, as suas leis morais evitam que vivamos segundo os caprichos dos sentimentos.

Em todos esses estágios da sociedade, há pessoa cuja religião é sincera e viva e cuja moral não é apenas uma máscara, mas procede do coração. Um ensinamento vital tanto da fé judaica quanto da religião cristã é que Deus conserva um “remanescente” de fiéis, testemunhando a sua santidade e a sua misericórdia. A partir do testemunho e das orações desse remanescente, pela misericórdia de Deus, vem novamente a renovação espiritual. As pessoas se voltam para Deus. A conduta delas muda, pois são transformadas no íntimo pelo Espírito Santo. A moral é incorporada, e a sociedade se renova porque as pessoas se renovam. Esse é o “reavivamento” que os cristãos esperam e pedem em oração – primeiro espiritual, depois inevitavelmente moral. Não podemos brincar se ser Igreja!



Morte e Ressurreição de Jesus


Jesus não morreu num acidente, nem de doença, tampouco de velhice. Mataram Jesus, torturando-o antes (Lc 22, 63; Mc 15, 15-27) e pregando-o numa cruz (Mt 27, 35; Mc 15, 25; Lc 23, 33; Jo 19, 18). Assassinaram-no. Mas o que entendemos por cruz?? 

A Cruz era constituída por uma haste vertical de aproximadamente 3 metros e meio de comprimento, denominada “estipe”, que ficava cravado 1 metro de profundidade no local da crucificação, e um pau horizontal chamado “patíbulo”, que era transportado pelo condenado. No lugar determinado para a crucificação, colocavam o "patíbulo" no chão e deitavam o réu sobre ele, fixando os seus pulsos com cravos de ferro. A seguir, com forquilhas de madeira, levantavam o "patíbulo" com o crucificado e enganchavam na parte superior do "estipe" formando um "táu" (T). As duas peças eram unidas com cravos de ferro. A seguir, fixavam os pés do condenado no "estipe", colocando um sobre o outro e ambos eram atravessados por um único cravo de ferro. – “Este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, matastes, cravando-O na cruz, pela mão de gente perversa” (At.2,23). 


A vida de Jesus foi autêntica, real, quando comia, dormia, caminhava, falava, amava... Também o foi quando morreu. Sua morte foi plenamente humana, A morte não perdoou nada a Jesus (basta lermos os Evangelhos). Jesus foi morto por homens concretos (Mt 27, 20), observantes fiéis da Lei da região, guardiões da ordem, encerrados em um sistema de valores intocável e inquestionável. “A incredulidade de seus parentes” “e a incompreensão de seus discípulos” deixaram Jesus abandonado diante da morte. (Concílio de Puebla) A paixão, morte, ressurreição e ascensão de Cristo, constituem o Mistério Pascal, ou Mistério da Páscoa. “O Mistério Pascal da Cruz e Ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio salvífico de Deus cumpriu-se «uma vez por todas»(He.9,26) pela morte redentora de seu Filho Jesus Cristo”.(CIC nº 571).O acontecimento celebrado na Páscoa Judaica, isto é, a libertação do povo israelita da escravidão do Egito, é a antecipação da completa libertação conquistada por Cristo para a raça humana.Assim, o Mistério Pascal é o Mistério central da fé Cristã, celebrado no Tríduo da Páscoa com uma solenidade única e sublime.Foi deste Mistério que nasceu a Igreja e, com ela, a vida sacramental. 


Muitas atitudes e palavras de Jesus foram «sinal de contradição»(Lc. 2,34) para as autoridades religiosas de Jerusalém, porque, aparentemente, segundo eles, Jesus procedia contra as instituições essenciais do povo eleito. Mas Jesus não aboliu a Lei do Sinal, mas cumpriu-a com tal perfeição que resgatou as transgressões cometidas contra ela. Jesus, o Messias de Israel, fazia questão de cumprir a Lei, executando-a integralmente até nos menores preceitos, porque, segundo Jesus afirmou, Ele não vinha para revogar a Lei, mas para a aperfeiçoar. Jesus praticou atos que O manifestaram como sendo o próprio Deus Salvador e isso, para alguns, em vez de ser uma prova do poder e autoridade de Jesus, foi antes pretexto de blasfêmia, porque o acusavam de «um homem que se fazia Deus»(Jo.10,33). Mas, por fim, Jesus provou eloqüentemente toda a magnitude do seu Mistério Pascal, quando, depois de ter morrido pelos pecados de toda a humanidade, pelo seu próprio poder Ressuscitou, dando-nos a possibilidade da nossa regeneração, e essa foi, para as autoridades do seu tempo, a grande pedra de escândalo.

Por proclamar, com palavras e ações, o Reinado de Deus, ele foi julgado e condenado. É o reinado que prestigia os pobres, os pecadores, os enfermos, sobrepondo-os ao “sábado”, à Lei, ao lugar privilegiado do Templo e da classe sacerdotal dentro da sociedade judaica, aos poderosos (Mc 11, 15-19; 12, 38-44). A morte de Jesus foi sendo preparada ao longo de toda a sua vida. E Jesus preferiu morrer livremente a renunciar à verdade, a justiça, ao ideal da fraternidade universal que derramava o amor sobre todos, ainda que pecadores, inimigos; amor que privilegiava os pobres. Era o enviado do Pai misericordioso, seu Filho, e não o aceitaram como tal. Aquele mundo não pôde suportar Jesus: O mundo do Fanatismo Religioso (Mc 2, 27), do poder (Jo 11, 47-48), da ambição (Mt 23, 6-7), da violência (Mc 15, 7), da hipocrisia (Lc 11, 46)... 


Sua morte foi, assim, um assassinato religioso-político, por abuso da justiça. Foi condenado como subversivo, mas Jesus não seguiu o caminho do ódio ou da violência, mas o da doação e sacrificada do amor. Ao ser preso, diz a Pedro que abaixasse sua espada, pois esse tipo de atitude era errado: Jesus, no entanto, lhe disse: Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão. (Mt 26, 52).

Diz também que poderia ter uma legião de anjos para lhe proteger (Mt 26, 53), mas não o fez. Jesus ofereceu-se livremente pela nossa salvação. Este dom, ele o significa e o realiza por antecipação durante a Última Ceia: “Isto é o meu corpo que será entregue por vós” (Lc 22, 19). Jesus foi humilhado, ridicularizado, esbofeteado, torturado, linchado pelas ruas até o local da crucificação; teve suas mãos e pés furados por pregos, teve sede, e, do alto da cruz, com a certeza de que o amor, expresso no perdão aos que o condenaram e executaram, poderiam muito mais do que a vulgaridade do mal: “Pai, perdoai-lhes: eles não sabem o que fazem” (Lc 23, 33) Jesus morre, ontem e hoje, nas mãos dos que não querem nem um Deus próximo nem um mundo partilhado; nas mãos dos que afastaram Deus, absolutizando ritos, tradições e leis que rejeitam a Boa Nova. A sua morte é redentora (Rm 4, 24); é sinal de amor do Pai aos homens, que livremente (Jo 10, 18) e se fez Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo (Rm 5, 6-11). A morte de Cristo é a máxima expressão de solidariedade com o homem: até o fim... Até a morte (Jo 13, 1; 15, 13)“Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as escrituras”. (1 Cor 15, 3)

... Mas a cruz não foi o fim...

Jesus Cristo desceu aos infernos e ressuscitou dos mortos no terceiro dia. “Jesus desceu às profundezas da terra. Aquele que desceu é também aquele que subiu”. (Ef 4, 9-10) Antes de ressuscitar, ele ficou na morada dos mortos e foi para lá como o Salvador, proclamando a Boa Notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados (CIC nº 632-633). Essa morada foi denominada pelas escrituras como infernos e significa que era o local onde os justos aguardavam a libertação, aqueles que o haviam precedido – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos” (1Pd 4, 6). Assim se cumpria a última fase da missão messiânica de Jesus, que, pela sua morte, por nós, venceu o Diabo, o dominador da morte (Hb 2, 14). Cristo não foi vencido pela morte; ao contrário, venceu-a. Assim, pela sua morte, ele venceu a morte, aos mortos deu a vida.

Ao terceiro dia, Jesus ressuscita dos mortos (Lc 24, 5-6). A Ressurreição de Jesus é verdadeiramente o maior dos alicerces da nossa fé em Cristo, estabelecida com os documentos do Novo Testamento, juntamente com a cruz pregada como parte essencial do mistério pascal. O túmulo vazio não constitui para todos um sinal essencial da ressurreição de Jesus. A sua descoberta pelos discípulos foi o primeiro passo rumo ao reconhecimento do fato da ressurreição (Lc 24, 5-6). As aparições do Ressuscitado às mulheres (Mc 16, 1; Lc 24, 1), aos apóstolos e discípulos (Lc 24, 9-10), tudo isso é para confirmar a fé de todos em Jesus; tornam-se, assim, as testemunhas do ressuscitado.

A Ressurreição de Cristo é diferente das ressurreições que ele operou em algumas pessoas (filha de Jairo, jovem de Naim e Lázaro). É essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, ele passa de um estado de morte para uma outra vida, para além do tempo e do espaço. Na ressurreição, o corpo de Jesus é repleto de poder do Espírito Santo; participando da vida divina no estado da sua Glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de “o homem celeste” (1 Cor 15, 35-50) A ressurreição é objeto de Fé enquanto intervenção transcendente do próprio Deus na criação da história. Nela, as três pessoas divinas agem ao mesmo tempo, juntas e manifestam sua originalidade própria. O mistério pascal, isto é, a morte e ressurreição de Cristo, é o fato fundamental do Cristianismo. Dele depende toda a nossa Fé (1 Cor 15, 14-17), a Nova Páscoa é o começo da “vida do novo povo de Deus. Para nós, cristãos, é o centro de tudo, porque se ele em verdade ressuscitou, então nós o seguiremos e “em Cristo, todos receberão a vida”(1Cor 15, 22) Jesus come com seus discípulos e demonstra que era ele mesmo (Lc 24, 41-43) (Jô 21, 12)

A Ressurreição aconteceu pelo poder do Pai, que ressuscitou Cristo, seu filho, e desta forma introduziu de modo perfeito a sua humanidade – com o seu corpo – na Trindade. É a prova mais forte de sua divindade, é o argumento mais convincente de que a sua doutrina e a sua obra são divinas. Tudo o que Ele disse e o que Ele fez, pela Ressurreição dos mortos recebeu a sua afirmação final. E Jesus, pelo seu poder de Deus, sobe aos céus de corpo e alma (ascensão).


A mensagem de Jesus


“Este é o Profeta Jesus, o de Nazaré da Galiléia”.O “Profeta” era, para os Judeus, o homem que proclamava a palavra de Deus e foi isso que Jesus fez (Hb 1, 1) (Jo 8, 40). Jesus é o melhor e o maior Mestre das coisas de Deus. É ele quem mais sabe destas coisas, porque vem da parte de Deus (Jo 5, 43; 12, 49-50). Ele não se limita em seu ensinamento, a repetir e a explicar os textos sagrados do Antigo Testamento, pois não basta combater as conseqüências, se primeiro não se elimina as causas (Mt 5, 22). Ele veio para instituir um novo ensinamento aprimorado aos Mandamentos do Antigo Testamento.

Os apóstolos, depois de haver convivido com Cristo, depois de havê-lo ouvido, havê-lo visto agir, depois de sua morte e ressurreição, entenderam a mensagem da Boa Nova quem foi Jesus e toda a sua vida: Que Deus é fiel a seu amor aos homens na vida e além da morte. A grande revelação que Deus nos faz, a grande mensagem de Jesus é que Deus nos ama! (Jo 3, 16-17). Que Deus é nosso Pai Responsável e Bom, que nos ama com carinho e preocupação de um verdadeiro Pai (Jo 20, 17) (Mt 23, 9; 5, 48). Que todos vós sois irmãos (Mt 23, 8).

Ele nos repete de diversas formas, que o amor a Deus coincide e identifica-se com o amor ao próximo (Mt 22, 37-40) e que são inseparáveis (1 Jo 4, 20-21). O que se faz ao próximo (e ao próximo mais humilde e necessitado) é como se fosse feito ao próprio Jesus (Mt 18, 5; 25, 40). E o que se faz a Jesus é como se fosse feito ao Pai: “Quem não honra o filho, não honra o Pai que lhe enviou.” (Jo 5, 23).

Deus está perto de nós. Deus se fez homem. É Cristo Nosso Senhor. Se quisermos encontrar a Cristo, teremos de procurá-lo onde está, sobretudo entre os que necessitam de nossa ajuda (Mt 25, 40-45).
A Causa a qual Jesus deu a Vida
  1. A mensagem central de sua pregação e de toda a sua vida é o Reino de Deus. (Mc 1, 15)
  2. Envia o grupo de Discípulos e amigos que reuniu (Mt 10, 8).
  3. Depois da Ressurreição, o tema chave de sua conversa, de suas instruções é (At 1, 3):
  4. O Reino de Deus divide-se em homens “filhos do Reino” e “Filhos do mal”;
  5. O homem em de vender tudo o que tem (Mt 13, 4), deixar tudo (Lc 18, 28), tornar-se eunuco (Mt 19, 12), tudo pelo Reino;
  6. O Reino e a sua Justiça é o que se deve procurar em primeiro lugar (Mt 6, 33)
O REINO DE DEUS É “GRAÇA”, DOM QUE DEUS OFERECE AO HOMEM...
Reino de Deus é definitivamente a comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si, que se inicia aqui na terra que, com Jesus Cristo, “levará todos os homens, transformados em filhos de Deus pela eficácia do Espírito, a um domínio do mundo cada dia mais perfeito, a uma comunhão entre irmãos cada dia mais realizada, à plenitude da comunhão e participação que constituem a própria vida de Deus”. (Puebla 197, 219).


A vida de Jesus


“ Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância. ”
     (Jo 10, 10).

Jesus é o único que realiza plenamente o ideal de ser imagem de Deus. Ele é a imagem de Deus perfeita de Deus por ser seu Filho igual ao Pai, igual a Deus ( Fl 2, 6 ).  O homem, então, na tarefa de se realizar como tal, de ser plenamente homem, à imagem e semelhança de Deus (Cl 3, 9-10) tem de seguir Jesus (Rm 8, 2-9), tem de entrar na dinâmica de sua vida, encarar em atitudes e vivências de hoje (inspirado pelo Espírito Santo) o que foi a vida toda de Jesus:   “ Deixo o exemplo para que façam o mesmo que fiz.” (Jo 13, 15). Podemos resumir a vida de Jesus em duas palavras: PAI e a FORMULA DO REINO DE DEUS.
              
Ele viveu no mundo, isto significa que este não constitui nenhum obstáculo na caminhada para Deus. O segredo está em não se contaminar com as coisas do mundo (Jo 16, 33). Ao viver as tentações da caminhada, Ele nos dá o exemplo de que não precisamos fazer parte das coisas ou situações que não edificam a Deus. Jesus tem uma missão: a de ser fiel ao Pai. “DEUS ACIMA DE TUDO”. E a missão de Jesus é a nossa. As fidelidades de Jesus têm de ser as nossas, as tentações também (Mt 4, 1-11). A realização de Jesus também é nossa!
Nossa relação de Jesus com Deus, Jesus refere-se a Deus como a um Pai. O Pai é o centro da vida de Cristo. Sente-se querido por ele, e, portanto, com uma confiança sem limites. (Mc 14, 36) (Jo 5, 20). Jesus faz do AMOR a norma de sua vida. A marca de Cristo* era fazer o bem aos outros, sobretudo aos mais necessitados; anunciar a felicidade de Deus aos pobres, de modo que já o sintam aqui neste mundo. Jesus acolhe o mundo em seus braços; os pecadores com os quais partilha o alimento (Lc 15, 2); ajuda a senhora que andava toda curvada (Lc 13, 10-17) e as crianças (Mc 10, 13-16); o cego que estava mendigando na beira do caminho (Mc 10, 46-52), etc.
Jesus solidariza-se com todos os oprimidos: os estrangeiros, o povo humilde, os marginalizados, os pecadores, as mulheres, os doentes, as crianças. O seu coração está com eles, os ajuda e os defende. (Mc 2, 17) (Lc 19, 10). Jesus não teme as conseqüências de sua solidariedade. Mas é por esta solidariedade que o matam. O Deus deles é o da Lei, o da Tradição, o do Templo, o do Poder, o da Dominação. E Jesus lhes apresenta Deus como Pai de todos os homens, especialmente dos ingratos, maus e dos que estão perdidos em maus caminhos, dos pobres, e dos desgraçados.
Ninguém é excluído do anúncio do Evangelho e da preocupação da Igreja, sob a condição de que saiba ser solidário com a vida.
* CRISTO – Adjetivo grego que significa “Ungido de Deus” / “Messias”.

PARA REFLETIR

1.     Como deve ser a minha vida?
2.     Como deve ser o meu relacionamento?
3.     Como saberei qual o plano específico de Deus para mim?
4.     O que Deus quer de mim nesta vida?
5.     Onde está a minha felicidade?
6.     Como ser feliz?
7.     Que atitudes corresponderão em profundidade à realização do mais íntimo em meu ser?

A história de Jesus


As quatro narrações do  Evangelho são livros de testemunhos da fé dos Apóstolos e de suas comunidades em Jesus. Mas uma fé que brota do fato histórico e concreto de Jesus de Nazaré: sua vida, sua paixão e sua morte. Ele é Judeu proveniente do povo de Israel. Judeus também eram sua mãe e seu pai, e os amigos que reuniu e aos quais pediu que o seguissem. (Mc 1, 16-20;2, 13-14).
               
Praticamente passou toda a sua vida e exerceu toda a sua atividade em seu país: Galiléia. Lá como em todos os lugares e em todos os tempos existiam diferentes tipos de pessoas, de classes sociais, de partidos. O Estado judeu era o Estado do Templo, ou seja, o Templo era o centro da nação; a Lei sagrada era a base da legislação e de toda a vida dos Judeus. Jesus não foi sacerdote, Fariseu, Escriba, nem Saduceu ou Herodiano. Ele foi um homem simples, trabalhador, livre que fez o que tinha que fazer na terra sem medo de ninguém (Mt 23, 4-33. Mc 3, 5-7;8,33).
               
Com Maria e José, esposo de Maria, Jesus vive num lugar pobre e simples. Maria teve de amamentar Jesus e limpa-lo, ensina-lo a andar a falar e como toda mãe amou e cuidou de seu filho. E Jesus, como todos nós, também, chorava, se sujava, fazia “malcriações” inocentes. Ele não sabia de tudo desde o começo (Mc 13,32).
               
E Jesus foi crescendo e amadurecendo, pouco a pouco, com esforço, com limitações, como toda criança, todo o jovem, todo homem (Lc 2, 52). Sofreu a pobreza radical nas dificuldades do dia-a-dia e viveu trinta anos ma aldeia de Nazaré. Ele encontrou na oração a essência do homem e é uma necessidade humana vital; Ele sente tentações, sendo posto à prova diariamente e tem de enfrentar diversas opções (Jô 6, 14-15; 7, 1). Retira-se para o deserto para descobrir qual é a vontade de Deus, e como a maioria dos Judeus de seu tempo, Ele também ouviu falar de João Batista. Procurou-o e recebeu o Batismo como qualquer um do povo. Jesus dedicou-se a pregar o Evangelho da salvação e da alegria (Mc 1, 15). A Boa Nova que Jesus leva a todos os lugares é:
  • O Reino de Deus já chegou. (Lc 11, 20; 17, 21).
  • O Reino é para a salvação de todos. (Mc 2, 17 e Lc 19, 10).
  • Deus é Pai e ama seus filhos.
  • Para entrar no Reino é preciso ter fé em Jesus (Mc 8, 29-30), mudar de vida (Mc 10, 21. Lc 19, 1-10) e seguir Jesus incondicionalmente (Mc 8, 34-37. Lc 9, 57-62. Jo 11, 26).
Jesus inicia o seu ministério na Galiléia e agrupa alguns homens simples ao seu redor, em sua maior parte pescadores e um coletor de impostos (Mateus). Em suas Pregações, Jesus fala com freqüência através de Parábolas: são comparações elaboradas, espécies de histórias para ilustrar de maneira bem clara aquilo que Ele quer dizer. Refere-se, sobretudo ao Reino de Deus: o que acontece, o que é exatamente, sua importância, as disposições exigidas ao homem para que possa entrar no Reino.

Jesus, ao realizar os Milagres, mostra a sua importância na mensagem que desejava transmitir de forma clara, mas que só a fé poderia entender (Mc 3, 22). Ele não realizava milagres em benefício próprio, mas sim manifestava o amor de Deus aos homens, que fazem retroceder o mal, que convidam os homens à conversão e à ação de graças. Jesus nunca curou alguém. Eram as pessoas que vinham até Ele e pediam para serem curadas. Ele sempre dizia: “Vá, a tua fé te salvou!” ou “Vá, que a tua fé te curou!”, provando que era a fé das pessoas Nele que as curava, era o desejo delas de ficarem curadas. (Jo 11, 26).
w�90p� � di-font-size:11.0pt;font-family:"Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BR'>– Adjetivo grego que significa “Ungido de Deus” / “Messias”.

PARA REFLETIR

1.     Como deve ser a minha vida?
2.     Como deve ser o meu relacionamento?
3.     Como saberei qual o plano específico de Deus para mim?
4.     O que Deus quer de mim nesta vida?
5.     Onde está a minha felicidade?
6.     Como ser feliz?
7.     Que atitudes corresponderão em profundidade à realização do mais íntimo em meu ser?


História da Salvação


Deus quando resolveu criar o mundo, não fez e pronto. Ele planejou o mundo. Deus escolheu o ser humano para habitar nesse paraíso: o Homem – que é Imagem e Semelhança de Deus. Um ser perfeito, com o Dom da criatividade, da palavra e da liberdade, com a função de ser seu co-criador. Ou seja, caberá ao homem, com tudo o que Deus lhe deu, continuar a sua construção desse mundo. Mas o homem rompe essa relação com Deus. O homem nega a Deus, nega ao seu amor, nega-se depender daquele que o criou. Surgindo, assim, o PECADO. O homem quebra o relacionamento consigo mesmo, com o irmão, com a natureza e com a comunidade, reduzindo a convivência a uma confusão (Babel). Com isso, o homem se afasta de Deus, sai desse paraíso que ele criou.

Mas Deus ama muito seu povo. Deus quer que seu plano inicial (a criação do mundo perfeito) seja real, seja possível. Por isso, Deus não abandona seu povo, Ele nos protege, nos chama novamente para si, pois ele quer nos salvar: libertar do mal e do pecado. Mais ou menos em 1800 AC, tínhamos diversas nações espalhadas pelo mundo, grupos de homens divididos entre povos, cada um acreditando num deus. E nessa confusão, Deus escolheu seu povo, aquele o qual deveria amar um único Deus: Javé. Esse povo escolhido era o povo de Israel (o povo hebreu – significa “marginalizados”), o qual Deus escolheu para com ele iniciar seu caminho. Esse povo encontrava-se espalhado pelo Oriente Médio.


Seu futuro povo, andava na Mesopotâmia (hoje Iraque) em busca de um pedaço de terra, tentando buscar uma vida um pouco mais abençoada. Vendo a preocupação e o sofrimento de seu povo, que sempre clamava por ajuda, Deus escolhe um homem para liderar esse povo: Abraão, era um homem de muita fé que foi o primeiro patriarca. É o primeiro pai e fundador do Povo da Bíblia. Assim Deus promete ao povo a terra prometida se eles aceitarem Javé (aquele que é) como seu único Deus. 


Assim, ABRAÃO, com sua esposa SARAI, começa a caminhar com o povo para a terra prometida, conforme Deus havia lhe dito. Deus, por diversas vezes testa a fé de Abraão, mas este se mostra fiel ao Deus que escolheu para ser seu guia. Primeiro, pela dificuldade que Abraão teve de ter seu descendente; depois, ele pede esse mesmo primogênito como sacrifício. O caminho de Abraão não foi fácil, ele precisou ter muita fé, confiança, para seguir sua missão. Abraão chega com o povo até a terra prometida Canaã, Palestina (Israel). Lá, a descendência de Abraão vai crescendo e dando lugar a novos povos. Seu filho ISAAC continua sua missão, mantendo o povo junto. Isaac busca uma mulher para continuar a descendência do povo de Deus, e escolhe REBECA, e com ela ele tem dois filhos: ESAÚ e JACÓ (também chamado depois de Israel). 


E o povo crescia cada dia mais, e as diferenças aumentavam entre as pessoas. Com isso, o povo migra novamente em busca de mais terra, chegando até o Egito, levados pelos 12 filhos de Jacó. Cada um com uma tribo. Mas não havia diferença entre o povo da Palestina e o do Egito: ambos eram oprimidos. Todos sofriam, e tinham o desejo de ter uma terra que fosse sua e a vontade de ter uma vida mais abençoada. No Egito, o povo era escravo dos Faraós., O povo hebreu crescia dia a dia. A ponto do faraó adotar o genocídio como controle de natalidade. Mas o povo continua oprimido e clamando por seu Deus. Deus novamente escuta esse clamor e resolve atender ao seu povo. 


Naquela época, em mais ou menos 1300 AC, no Egito, uma mulher hebreia, teve um filho e não desejando que ele morresse pela mão do Faraó, o coloca num cesto e o deixa na margem do rio, para que alguém pudesse encontrá-lo e cuidar dele. Essa criança foi encontrado pela própria filha do Faraó, que o chama de MOISÉS – “tirado das águas”. Percebe-se como Deus é o Senhor da história e domina todas as circunstâncias, pois o próprio faraó que se tinha proposto aniquilar o povo de Deus, educa e prepara em sua própria casa o maior libertador de todos os tempos. Moisés tem uma difícil missão: Libertar o Povo de Deus da Escravidão. Moisés, então, lidera o povo de Deus pelo Egito, fugindo da escravidão, libertando o povo da opressão. 


Eles caminham 40 anos pelo deserto, Moisés e o povo de Deus, em direção a terra prometida. O tempo todo, Deus acompanha seu povo. Mas o povo ora está satisfeito, ora está insatisfeito. Em diversos momentos, o povo diz preferir a vida de escravo no Egito que esse processo de libertação. No deserto, o povo teve fome, é Deus lhe dá o que comer – o Maná. Mas o povo fica preocupado com o dia de amanhã, pois não confia no seu Deus, e resolve estocar. Não acredita no projeto de Deus, onde não é preciso haver acúmulos de alimentos (a não ser em casos de necessidade), onde deveria imperar a partilha. O povo já demonstra sua fraqueza, suas inseguranças. 


Por isso, os 40 anos no deserto, foram para o grupo se fortalecer na fé e na confiança. Suas idéias eram basicamente essas: descentralização de Poder; impede-se a acumulação desnecessária; a organização se faz igualitária em forma de tribos, sem poder central. 


O povo chega até a Palestina (a terra prometida) liderado por JOSUÉ, onde encontra um povo também oprimido. Esse grupo mais organizado que chega a palestina onde encontra adesão dos oprimidos, inicia uma longa luta contra o sistema dos Reis de Canaã. Por durante 200 anos, mais ou menos de 1200 a 1000 AC, o povo vive na Palestina sobre a Figura central de Deus, entre altos e baixos. Eles não conseguem o objetivo final, mas iniciam uma boa estrada. Aos poucos, a ideia da sociedade igualitária vai enfraquecendo. E mais ou menos em 1025 AC, com a morte de SAMUEL, o povo deseja um Rei. E com isso toda a estrutura anterior, do projeto de Deus, vai se perdendo. Outro sinal de que essa Aliança estava enfraquecendo era o aparecimento de gente empobrecida no seio do povo. 


Apesar de entender todas as coisas, o Povo é, muitas vezes, infiel a Aliança. Cai no pecado, na desobediência. Voltam os mesmos problemas, as opressões, as divisões de idéias. O povo volta a ficar perdido. Começam as acumulações de poder e terra, trabalhos forçados, cultos estrangeiros... Mas Deus sempre se preocupou com seu povo, sempre o acompanhou de perto. Surgem aqueles homens sábios e santos, chamados PROFETAS. Eles falam em nome de Deus e chamam a atenção do Povo quando está indo por um caminho errado. Mas os Profetas não somente ameaçam. Em tempo de grande sofrimento e perseguição, são eles que falam da esperança: “Deus virá novamente libertar se Povo. Deus não se esqueceu da sua Aliança. Ele vai concluir uma nova Aliança”. 


Anunciavam a nova Aliança, a vinda de Messias, do Salvador, aquele que libertaria o seu povo. Depois de Ter falado pelos Profetas, Deus quer falar ainda mais de perto. Quer revelar-se ainda melhor. Deus se fez homem para fazer a salvação. Veio ao mundo que criou com tanto amor para mostrar uma forma de buscar a justiça, de se relacionar com os irmãos. Ele veio e passou para os Apóstolos a missão de continuar o novo Reino: um reino de justiça e amor. Trouxe o desafio de vivermos de forma diferente. A história do Povo de Deus, o novo Israel, continua. 


Hoje, ainda somos convidados a fazer parte desse povo, a caminhar com o Povo de Deus em busca da terra prometida, em busca da felicidade. Para isso, é preciso nos organizarmos, por isso os trabalhos nas Igrejas.




A Criação do Mundo





A Bíblia não nos descreve cientificamente os acontecimentos das origens do mundo e da história dos homens. A mensagem bíblica é essencialmente religiosa. E para nos ensinar essas verdades religiosas, Deus não violentou os homens que escreveram com a bagagem de conhecimentos científicos próprios daquele tempo. Criação e evolução não se opõem entre Si, desde que se admita que Deus criou a matéria inicial, dando-lhe as leis de sua evolução, e cria até hoje toda alma humana (que é espiritual). 

No livro do Gênesis aprendemos que há um só Deus distinto de todas as coisas e anterior a elas. Deus está no começo de tudo: do mundo, da vida e do homem. Deus cria tudo para o homem. Crer na bondade da criação, aceitar sua existência como vinda de Deus é crer no amor, colocar o amor de Deus na origem de tudo. O verdadeiro mal é aquele que nós, homens, fizermos livremente. O mundo é bom! 

A palavra hebraica Adam, “Adão” significa homem; não é o nome próprio, mas substantivo comum. Por conseguinte, quando o autor sagrado diz que Deus fez Adam quer dizer que fez o homem, o ser humano, sem tencionar especificar o número de indivíduos (um, dois ou mais...). Muito significativo é o texto de Gn 1, 27: “Deus criou o homem (Adam) a sua imagem; a imagem de Deus Ele o criou; homem e mulher Ele os criou”. Neste versículo verifica-se que a palavra Adam não designa um indivíduo, mas a espécie humana diversificada em homem e mulher. O nome Eva também não é nome próprio, mas significa em hebraico “mãe dos vivos” (Gn 3, 20). A finalidade da criação é a paz de Deus, figurada no repouso do sétimo dia. O homem (humanidade) foi criado da terra, mas animado de um sopro de vida. A “extração” da costela e a formação da mulher, no caso, não têm sentido literal, mas vem a ser a maneira “plástica” de afirmar a igualdade de natureza do homem e da mulher. Destinam-se a vive na amizade de Deus, que lhe concedeu o dom da liberdade. Ora, a harmonia primitiva da criatura foi destruída.

O homem, seduzido pelo poder da “mentira”, expõe-se a desobedecer a Deus, na vã esperança de tornar-se igual a Ele (Gn 3, 1-6). Toma então consciência de si mesmo no sofrimento e na vergonha. Dessa forma, o pecado entrou no mundo (pecado original). O homem foi excluído das delícias do paraíso. Foi-lhe, contudo permitido alimentar a esperança de uma libertação, na qual podemos antever o germe da doutrina de nossa redenção por Jesus Cristo. Depois da primeira queda, o homem, entregue a si mesmo, é dominado pelo pecado. O primeiro crime é causado pela inveja. O mal se generaliza numa corrupção que parece irremediável. Sobrevém o dilúvio. Depois do dilúvio entra em vigor a primeira aliança entre Deus e os homens. A humanidade salva das águas deve demonstrar fidelidade a Deus pela observância dos mandamentos divinos (Gn 9, 1-7). A narração da Torre de Babel e a confusão das línguas é a divina resposta à negligência humana em observar as clausulas da Aliança. O homem quase voltou ao caos primitivo. 

Vejamos agora alguns relatos sobre a criação: 

Gn 1, 1-5 – Do dia e da noite.
Gn 1, 6-8 – Do Firmamento e do Céu.
Gn 1, 9-13 – Da terra (plantas) e o mar.
Gn 1, 14-19 – Do Sol, da Lua e as Estrelas.
Gn 1, 20-23 – Dos animais do mar e as Aves.
Gn 1, 24-31 – Animais terrestres, o homem e a mulher.
Gn 2, 7s; 15-17; 18-24 – O Paraíso.
Gn 3, 1-3 – A Culpa Original.
Gn 3, 14s; 16.17-19 – O Castigo.
Gn 4, 1s . 8. 17 – Descendência, Caim e Abel.
Gn 6, 9. 13-21 – Nova Aliança – Noé
Gn 7, 1-4. 17 - Nova Aliança - Dilúvio.
Gn 9, 8-16 - Nova Aliança - Aliança.
Gn 11, 1-9 - Nova Aliança – Torre de Babel





A fé é uma adesão pessoal do homem inteiro de Deus que se revela. Ela inclui uma adesão da inteligência e da vontade à Revelação que Deus fez de si mesmo por suas ações e palavras. A fé é um dom sobrenatural de Deus. Para crer o homem tem necessidade dos auxílios interiores do Espírito Santo. 

O homem é um ser incompleto. As necessidades humanas são ilimitadas. Ter fé é estar convicto de que só Deus é capaz de nos completar. É buscar em Deus a parte que nos falta. Ter fé é segurar-se em Deus, como o filho segura na mão do pai. Ter fé é crer que “ Deus é o caminho, a Verdade e a Vida”(Jo 14,6).

Sentir-se necessitado, incompleto, carente, acessível, aberto é condição indispensável para ter fé. Diz Jesus que quem não se faz simples, receptivo e dócil como as crianças, não entram no reino de Deus. A fé é um dom de Deus. Mas é como uma semente que só germina, cresce e dá frutos quando encontra terra boa. O primeiro mandamento manda-nos alimentar e guardar com prudência e vigilância a nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe. Há diversas maneiras de pecar contra a fé: a dúvida voluntária (recusa ter como verdadeiro o que Deus revelou e que a Igreja propõe crer) e a dúvida involuntária (hesitar em crer, a dificuldade de superar as objeções ligadas a fé). Ao revelar-se Deus permanece Mistério Inefável: “Se o compreendesse, ele não seria Deus” (S. Agostinho).

Fé e Compromisso

Quem tem fé a manifesta em atos. Fé sem obras é morta. (Tg 2,17). Quem tem fé ama. Ama a Deus, a si mesmo e ao próximo. “A fé... é um sentimento de confiança e de abandono, pelo qual o homem desiste de contar com seus próprios pensamentos e forças, para entregar-se à palavra e ao poder daqueles em quem crê.” (a Bíblia de Jerusalém, p 1292).

A Fé Bíblica

A palavra de Deus não pode ser entendida sem fé. Em tudo está presente a fé. A fé em Deus, tal como aparece na Bíblia, consiste em reconhecer Deus presente na história dos homens, amando e salvando (Ex 3,7). A fé está acima da razão. Entretanto, jamais poderá haver verdadeira desarmonia entre fé e ciência, porquanto o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé dotou o espírito humano da luz da razão; e Deus não poderia negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade. (Concílio Vaticano I). Portanto, se a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica, segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta a fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus.

Para que o ato de fé seja humano, o homem deve responder a Deus, crendo por livre vontade. Ninguém deve ser forçado contra sua vontade a abraçar a fé. Pois o ato de fé é por sua natureza voluntária. Deus de fato chama os homens para servi-lo em espírito e verdade. A fé é necessária à salvação. O próprio Senhor afirma: Esta fé-reconhecimento logo se expressará como fé-fidelidade na resposta positiva do homem a este Deus que cria o homem, lhe dá o mundo e está presente na história dos homens.

Para a Bíblia, fé é a atitude do homem frente a Deus. Essa atitude implica consentimento da inteligência, confiança cordial, obediência, amor, esperança, compromisso com os princípios ou realidades que não podem ser vistos claramente ou provados rigorosamente. Nossa fé cristã de hoje começa com o reconhecimento e aceitação deste Deus que “habitou entre nós” (Jo 1,14) e que é Jesus de Nazaré.

A fé é um dom gratuito que Deus concede ao homem. Podemos perder este dom inestimável; s. Paulo alerta Timóteo sobre isso: “Combate... o bom combate, com a fé e boa consciência; pois alguns, rejeitando a boa consciência, vieram a naufragar na fé (1Tm 1,18-19). A fé nos faz degustar como por antecipação a alegria e a luz da visão beatífica, meta de nossa caminhada na terra. Veremos então a Deus ”face a face” (1Cor 13,12), “tal como Ele é” (1Jo 3,2). A fé já é, portanto, o começo da vida eterna.

PARA REFLETIR:

1 - QUAL É A CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL PARA TER FÉ?
2 - O QUE ALIMENTA A NOSSA FÉ?




Os Dogmas Da Igreja Católica




Saber sobre a Doutrina Católica é o primeiro passo para segui-la. Como dissemos que somos católicos se não sabemos o que rege essa religião? Não são meras “regras”, mas caminhos a serem seguidos, auxílios no entendimento do sagrado, os quais são fundamentais para termos um encontro maior com Deus. Sendo assim, a base dogmática da Igreja Católica Apostólica Romana está no Credo que é professado nas Missas e ele pode ser visto em assuntos bem distintos, como mostra o esquema abaixo.

Lembro que essa singela lista traz alguns temas, sendo assim, você precisa ter o Catecismo da Igreja Católica para poder ter um pleno conhecimento sobre esses e outros importantes tema sobre a Fé, a Bíblia, Jesus Cristo, a tradição e a Igreja. 

Dogmas sobre Deus 

- A Existência de Deus 
- A Existência de Deus como Objeto de Fé 
- A Unicidade de Deus 
- Deus é Eterno 
- Santíssima Trindade

Dogmas sobre Jesus Cristo

- Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência 
- Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam 
- cada 
uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física 
- Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus 
- Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício 
- Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz 
- Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos 
- Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai

Dogmas sobre a Criação do Mundo

- Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada  
- Caráter temporal do mundo 
- Conservação do mundo 

Dogmas sobre o Ser Humano

- O homem é formado por corpo material e alma espiritual 
- O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação 
- O homem caído não pode redimir-se a si próprio 

Dogmas Marianos

- A Imaculada Conceição de Maria 
- Maria, Mãe de Deus 
- A Assunção de Maria 
- A Virgindade de Maria

Dogmas sobre o Papa e a Igreja

- A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo 
- Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado de jurisdição 
- O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja 
- O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex catedra 
- A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes 

Dogmas sobre os Sacramentos

- O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo 
- A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento 
- A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo 
- A Confissão Sacramental dos 
pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação 
- A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo 
- Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue 
- A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo 
- A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo 
- O matrimônio é verdadeiro e próprio Sacramento 
  

Dogmas sobre as Últimas Coisas (Escatologia)

- A Morte e sua origem 
- O Céu (Paraíso) 
- O Inferno 
- O Purgatório 
- O Fim do mundo e a Segunda Vinda de Cristo 
- A Ressurreição dos Mortos no Último Dia 
- O Juízo Universal

Maria - Um Modelo de Fé    



O Evangelho de Lucas é o que mais apresenta a figura de Míriam (em nossa língua: Maria) como participante dos  mistérios de Cristo. 



O evangelista quer mostrar em Maria um perfeito modelo de vida cristã ou uma preocupação de querer dizer às comunidades nascentes que em Maria, se antecipa a vocação da Igreja e de cada cristão em relação à revelação divina dada em Jesus Cristo. 


Maria é sempre apresentada como uma presença discreta, preocupada somente com a compreensão e a realização da vontade do Pai, a partir dos acontecimentos na vida de Jesus, segundo nos permite dizer o evangelista: “Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses acontecimentos em seu coração”. (Lc 2, 19). Assim, como não se pode falar de Jesus, sem falar de sua mãe, Maria de Nazaré; assim, não se pode falar da verdadeira Igreja de Cristo, sem tomar em consideração o amor e a devoção com que, desde o começo, o povo de Deus invoca Nossa Senhora; assim, não podemos deixar falar do papel de Maria Santíssima em nossa vida de Cristãos.

A VIDA DE MARIA DE NAZARÉ

É bom lembrarmos um pouco a vida de Maria. Na simplicidade dos fatos narrados no Evangelho, é revelada a nós a humanidade e, ao mesmo tempo, toda a grandeza de Nossa Senhora:

  1. O chamado de Deus e o “Sim” de Maria (Lc 1, 26-38);
  2. Maria visita e ajuda sua prima Isabel (Lc 1, 39-56);
  3. Maria e o nascimento de Jesus (Lc 2, 1-20), (Mt 1, 18-25), (Mt 2, 13-23);
  4. Maria, José e o menino Jesus vão ao Templo (Lc 2, 21-51);
  5. Maria e Jesus na festa de Casamento em Cana da Galiléia (Jo 2, 1-12);
  6. Maria aos pés da cruz (Jo 19, 25-27);
  7. Maria no Cenáculo com a Igreja de seu filho (At 1, 12-14);
MARIA É A MÃE DA IGREJA

“Eis aí tua Mãe.”: a Igreja sempre acreditou que estas palavras-testamento de Jesus do alto da cruz ao apóstolo e evangelista João, são para todos os discípulos de Jesus, de todos os tempos. Assim, desde o começo, os cristãos amam, veneram e a invocam como Mãe. A mãe de Jesus, verdadeiramente, é mãe do povo de Deus, Mãe da Igreja! A concepção virginal de Maria é um sinal de caráter gratuito da redenção. Esta se deve não à vontade da carne, nem à vontade do homem, mas a gratuita e livre iniciativa de Deus. O que a Igreja Católica Apostólica Romana crê acerca de Maria funda-se no que ela acredita a respeito de Cristo, o que a fé ensina sobre Maria é iluminada por sua fé em Cristo. E não há dúvida: o povo de Deus ama Nossa Senhora! Foi o amor e a devoção a ela, que, durante séculos, sustentou a fé de nosso povo, também onde não existia quase nenhuma presença Pastoral. Ela foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição (Imaculada Conceição). Ela permaneceu sempre virgem (Virgindade Perpétua) durante o nascimento de Jesus e durante toda a sua vida terrena. “A Imaculada Mãe de Deus, sempre virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma...” (Assunção ao Céu).



Ela não teve outros filhos, pois qual seria o significado de Jesus entregá-la à João, o discípulo mais amado, aos pés da cruz? Jesus estava indo para a casa do Pai e José já havia morrido, logo, Maria ficaria sozinha. Se tivesse outros filhos, Jesus não poderia fazer isso.


Foi o carinho para com a Mãe de Deus, que fez com que o povo inventasse para ela uma porção de nomes e imagens correspondentes. Cada nome é uma prova da certeza do povo de que Maria está presente em todos os momentos de sua vida; ou é uma lembrança dos lugares de maior devoção Mariana: N.sra. de Lourdes, de Fátima, de Guadalupe, etc. No Brasil, o povo escolheu como forma predileta de venerá-la, o nome de N.sra. Aparecida. A profecia da moça de Nazaré (“todas as gerações hão de me chamar de bem-aventurada”) tornou-se realidade! Como os apóstolos que nos dias, que antecederam ao dia de Pentecostes, reuniram-se com Maria.  Queremos que Maria esteja junto da gente. Precisamos dela: como mãe e companheira de Caminhada.


Como Os Apóstolos Morreram




os doze discípulos - apóstolos eram homens comuns a quem Jesus de Nazaré usou de maneira extraordinária. Pescadores, cobradores de impostos, pastores... O martírio dos apóstolos foi anunciado por Jesus: 



- “Por isso, diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns e perseguirão outros” (Lucas 11.49). 

- “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (Lucas 21.16-17). 

- “Se a mim me perseguiram também vos perseguirão a vós... mas tudo isso vos farão por causa do meu nome” (João 15.19-20). 

- “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos... eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas, e sereis conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim...”(Mateus 10.16-18). 

Esta palavra diz respeito, também, aos crentes de um modo geral. Ainda hoje, anualmente, milhares são martirizados em todo o mundo. Com relação aos sofrimentos e martírio de Paulo, Jesus revelou: “Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (Atos 9.16). Abro um parêntesis para uma reflexão: o Evangelho pregado em nossas igrejas inclui a possibilidade de sofrimento por amor a Cristo, ou anunciamos somente prosperidade, fartura, longevidade e saúde? Será que poderíamos fazer o que eles fizeram? Será que os atuais fiéis cristãos propagam a mensagem de Jesus de Nazaré da mesma forma que os 12 apóstolos fizeram? 

Conheçamos um pouco o chamado dos apóstolos e vejamos como eles morreram:

MATEUS 

Após a ressurreição de CRISTO, ele passou a pregar para os judeus. Fez do seu próprio país seu campo missionário. Apesar disso, morreu na Etiópia, como mártir. Era também chamado de Levi. Cobrador de impostos (, classe muito odiada na época de Jesus, por cobrarem impostos dos judeus para serem entregues às autoridade romanas) nos domínios de Herodes Antipas, em Cafarnaum (Marcos 2.14; Mateus 9.9-13; 10.3; Atos 1.13). Percorreu a Judéia, Etiópia e Pérsia, pregando e ensinando. Há várias versões sobre a sua morte. Teria morrido à espada na cidade de Etiópia.

ANDRÉ 

Esse apóstolo era filho de um pescador da Galiléia de nome Jonas e era irmão de Pedro. Ele vivia em Cafarnaum e era um seguidor de São João Batista antes de ser apresentado a Jesus. Ao vê-lo, reconheceu-o imediatamente como sendo o Messias, e foi o seu primeiro apóstolo. Conta a Lenda que foi para a Grécia e pregou na província de Acaia (província romana que, com a Macedônia, formava a Grécia). Ali se tornou mártir e foi crucificado numa cruz em forma de xis (não foi pregado) para que seu sofrimento se prolongasse. Foi crucificado e da cruz pregou ao povo até morrer. Séculos mais tarde, seus restos mortais foram levados para Escócia. O navio que os transportava naufragou em uma baía que assim foi denominado a Baía de Santo André. André pregou na Grécia e Ásia Menor.  Foi discípulo de João Batista, de quem ouviu a seguinte afirmação sobre Jesus: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”. André comunicou as boas notícias ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos o Messias” (João 1.35-42; Mateus 10.2). 

FILIPE
Natural de Betsaida, cidade de André e Pedro. Um dos primeiros a ser chamado por Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael (João 1.43-46). Diz-nos Policrates, um cristão que foi Bispo de Éfeso durante o séc. II, que Filipe foi para a Ásia e foi sepultado em Hierápolis. Pregou na Frígia e morreu como mártir em Hierápolis. Foi enforcado de encontro a um pilar em Hierápolis (Frígia, Ásia Menor). 

BARTOLOMEU 

As fontes da Igreja Primitiva são muito confusas quanto a este apóstolo. Diz a lenda que ele foi morto a chicotadas e seu corpo foi colocado num saco, atado e jogado ao mar.  Tem sido identificado com Natanael. Natural de Caná da Galiléia. Recebeu de Jesus uma palavra edificante: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (Mateus 10.3; João 1.45-47) Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, pregando e ensinando. Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros dizem que teria sido golpeado até a morte.

SIMÃO
Seu passado também é muito obscuro, mesmo durante a vida de CRISTO. Existe uma teoria que, por ele ser do partido dos Zelotes e todos os partidários foram massacrados por Roma em 70 d.C.; quando os Zelotes tomaram Jerusalém. O Zelotes foi crucificado. Dos seus atos como apóstolo nada se sabe. Está incluído na lista dos doze, em Mateus 10.4, Marcos 3.18, Lucas 6.15 e Atos 1.13. Julga-se que morreu crucificado. 

TIAGO MENOR 

Pregou na Palestina e no Egito, sendo ali crucificado. Filho de Alfeu (Mateus 10.3). Missionário na Palestina e no Egito. Segundo a tradição, martirizado provavelmente no ano 62. Escreveu uma das epístolas bíblicas. Foi precipitado de um pináculo do templo de Jerusalém ao solo; a seguir, foi atacado por se recusar a denunciar os cristãos, sendo apedrejado até a morte, por ordem do sumo sacerdote Ananias.

JUDAS TADEU 

Foi quem, na última ceia, perguntou a Jesus: "Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?" (João 14, 22-23). Nada se sabe da vida de Judas Tadeu depois da ascensão de Jesus. É autor de uma das cartas do Novo Testamento (Carta de Judas). Diz à tradição que pregou o Evangelho na Mesopotâmia, E dessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi martirizado juntamente com Simão, o Zelote.

JUDAS 

Filho de Simão Escariotes. Ele traiu a Jesus por trinta peças de prata, enforcando-se um dia após entregar Jesus às autoridades judaicas. Tirou sua vida e não acreditou no perdão de Deus. (Mateus 26,14-16; 27:3-5). Vemos duas interpretações para o seu ato: Que ele se enforcou e em outro relato que ele se atirou (Atos 1:18), todavia, Judas perdeu sua vida.

PEDRO

O Primeiro do grupo dos Apóstolos. Pescador, natural de Betsaida. Confessou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16). Foi testemunha da Transfiguração (Mateus 17.1-4). Negou Jesus três vezes, mas se arrependeu e entendeu seu verdadeiro chamado. Seu primeiro sermão foi no dia de Pentecostes. Segunda a tradição, sua, por volta do ano 68 d.C., em Roma, a durante a perseguição de Nero aos cristãos, sofreu martírio. Pregou entre os judeus chegando até a Babilônia, esteve em Roma, onde foi crucificado. Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer na mesma posição que seu mestre Jesus de Nazaré. Assim, morreu sufocado com seu próprio sangue. 

TIAGO MAIOR 

Natural de Betsaida da Galiléia, pescador (Mateus 4.21; 10.2). Filho de Zebedeu e irmão do também apóstolo João. Eram chamados de Filhos do Trovão, por Jesus. Ele sofreu martírio em 44 d.C., quando Herodes Agripa mandou prender Pedro. Foi decapitado em Jerusalém. Foi o primeiro dos apóstolos a morrer pela fé. A partir dos séculos passou a ser venerado na península Ibérica, sendo o grande protetor contra os mouros (árabes/muçulmanos). A Espanha tornou-o seu patrono, Santiago de Compostela, onde, até hoje, é reverenciado como padroeiro. Sua devoção avançou para a América com as Grandes Navegações e, até hoje, ele é muito cultuado no Chile, México, Peru...

JOÃO

Pescador, filho de Zebedeu (Mateus 4.21 O único que permaneceu perto da cruz - João 19.26-27). Era irmão de Tiago Maior.  O primeiro a crer na ressurreição de Cristo (João 20.1-10). Foi o que viveu mais tempo. Liberto da Ilha de Patmos pelo Imperador Nerva (96 d.C.), regressou a Éfeso e teve morte natural em idade bem avançada. O apóstolo que recebeu de Jesus a missão de cuidar de Maria. “O discípulo que Jesus amava” (João 13.23). A tradição relata que João residiu na região de Éfeso, onde fundou várias igrejas. Na ilha de Patmos, no mar Egeu, para onde foi desterrado, teve as visões referidas no Apocalipse (Ap 1.9). Após sua libertação teria retornado a Éfeso. Foi metido numa caldeira de azeite a ferver, em Roma, mas escapou ileso.Teve morte natural com idade de 100 anos aproximadamente.

TOMÉ
Dizem que trabalhou na Índia. Outros que nos arredores da Pérsia. A seita "Cristãos Malabores de São Tomé" o considera seu primeiro líder e mártir; alguns historiadores dizem que morreu a flechadas enquanto orava. Só acreditou na ressurreição de Jesus depois que viu as marcas da crucificação (João 20.25). Segundo a tradição, sua obra de evangelização se estendeu à Pérsia (Pártia) e Índia. Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.

PAULO

Ele não conviveu com Jesus; nem por isso deixou de ser mais importante; pelo contrário, é considerado o responsável pela conversão dos povos gentios e até explanou com os demais apóstolos esta necessidade. Seu nome era Saulo, judeu, um cidadão romano, um soldado e chefe de uma guarnição romana. Perseguiu e matou inúmeros cristãos e, a caminho de uma cidade de Damasco, Deus falou com ele. A partir daquele dia sua vida mudou e seu nome passou a ser Paulo, aquele que é o menor entre todos. Pouco tempo depois já estava atuando com os discípulos.  Enfrentou uma rejeição no início, pois o viam ainda como um perseguidor,  mas o tempo foi o maior aliado, pois se tornou um dos primeiros missionários. Morreu como mártir sendo decapitado no mesmo ano de Pedro e pelo mesmo motivo, mas em ocasiões diferentes. Não era apóstolo oficialmente, pois não foi um dos escolhidos de Jesus, foi considerado apóstolo dos gentios por causa da sua grande obra missionária nos países gentílicos. Ele foi um dos primeiros a ver que não só os judeus poderiam ser batizados, mas todos: gregos, romanos, egípcios... Assim, ele acreditava que não só os judeus podiam ser batizados e se tornarem cristãos. Escreveu várias cartas para as localidades por onde passava. Foi decapitado em Roma por ordem do imperador Nero. 

LUCAS
Era médico. Não conheceu Jesus pessoalmente. Recolheu inúmeros relatos (principalmente dos apóstolos) e escreveu seu Evangelho. Notamos uma linguagem mais rebuscada, com termos relatos mais profundos. Vemos uma atenção especial para com a infância de Jesus. Ele também escreveu o Ato dos Apóstolos. Foi enforcado em uma oliveira na Grécia. 

 MATIAS

Escolhido para substituir Judas Iscariotes. Diz-se que exerceu seu ministério na Judéia, Alexandria e Macedônia. Teria sido martirizado na Etiópia. 


TADEU


Não há relatos sobre a sua morte.



Você sabe o que é o TAU?




Caro Leitor, eis uma pergunta inicial importante: Você já viu um símbolo que vem sendo confundido com um crucifixo? Ele é usado pelos membros da Toca de Assis e por outros movimentos da Igreja Católica Apostólica Romana. Além de fiéis católicos estarem também utilizando. Você conhece tal símbolo?


Bem, esse artigo traz uma breve explicação sobre o Tau.

Ele além de ser um emblema bíblico é a última letra do alfabeto hebraico e a 19ª do grego, derivado dos Fenícios e correspondente ao " T " na língua portuguesa. O Tau é a convergência das duas linhas: verticalidade e horizontalidade significam o encontro entre o céu e a terra. Divino e humano. 

Na Bíblia o profeta Ezequiel ouviu Deus: "Os inocentes marcados com este sinal (TAU) serão salvos" (Ez 9,4).

 No ano de 1215 o papa Inocêncio III (1198-1216) prega um novo símbolo cristão e São Francisco de Assis (1181-1226), estando presente nesta reunião, assume o Tau como símbolo de sua Ordem religiosa: a Ordem dos Frades Menores (OFM). Uma tradição assinala que Santa Clara, com a imposição do tau sobre os doentes, invocava a cura destes a Deus.

Em geral, o Tau é pendurado no pescoço por um cordão com três nós. Este cordão significa o elo que une a forma de nossa vida. O fio condutor do Evangelho.

A síntese da Boa Nova está nos três nós do cordão, os quais são os três conselhos evangélicos:obediência, pobreza e castidade (pureza de coração). Obediência significa acolhida para escutar o valor maior. Quem abre os sentidos para perceber o maior e o melhor não tem medo de obedecer e mostra lealdade a um grande  projeto. pobreza não é categoria econômica de quem não tem, mas é valor de quem sabe colocar tudo em comum. Ser pobre, no sentido bíblico-franciscano é a coragem da partilha. Ser puro de coração é ser transparente, casto, verdadeiro. É revelar o melhor de si. 

Os três nós significam que o obediente é fiel a seus princípios; o pobre vive na gratuidade da convivência; o casto cuida da beleza do seu coração e de seus afetos. Tudo isto está no Tau da existência! 

Muitos seguidores usam o Tau como um amuleto, um pingente, uma jóia... Modos incorretos de se pensar em seu uso. Ele é um sacramental que nos recorda um caminho de salvação que vai sendo feito ao seguir, progressivamente, o Evangelho. Assim, pede-se que a pessoa que usa o Tau faça jus aos três nós.

O Tau deve ser um sinal de uma espiritualidade deve ser um sinal de que aquele (a) que o usa é uma pessoa que vive em tensão de permanente conversão e mudança de vida, em vontade firme de se tornar nova criatura; deve ser sinal de que aquele (a) que o ostenta é uma pessoa que busca a sua salvação e de todos os homens na cruz de Jesus Cristo; deve ser um sinal de que aquele (a) que o traz é uma pessoa que vive a esforçar-se por ser pobre, por se despojar e desprender dos bens terrenos para se enriquecer dos valores das bem-aventuranças: o Reino de Deus, a paz, a mansidão, a fraternidade universal, a misericórdia e o perdão, o respeito pela criação, a alegria, a partilha de bens, a luta pela justiça e a paixão por Jesus Cristo pobre, Crucificado e Ressuscitado. 

Usar o TAU, para o fiel cristão é colocar a vida no dinamismo da conversão: Cada dia devo me abandonar na Graça do Senhor, ser um reconciliado com toda a criatura, saudar a todos com a Paz e o Bem. É configurar-se com aquele que um dia ilumina as trevas do nosso coração para levar-nos à caridade perfeita. Também é transformar a vida pela simplicidade, pela luz e pelo verdadeiro amor. É exigência de missão e serviço aos outros, porque o próprio Senhor se fez servo até a morte e morte de Cruz. 

O verdadeiro Tau franciscano é aquele todo de madeira, sem nenhum tipo de apetrecho fixado a ele (crucifixo, foto, desenho...), também não é aquele feito de aço ou outro metal (ouro, prats...). Ele também precisa ter o cordão com os três nós. Esse entendimento vem da época de Francisco, pois ele usava apenas um Tau de madeira preso a um cordão com os três nós. Tudo que difere disso faz com que eles não sejam “verdadeiros taus franciscanos”, entendem??

Entende-se que o melhor Tau não é o comprado, mas aquele que nós ganhamos de alguém, pois essa pessoa reconhece em nós os três nós... 


Jesus e o Antigo Testamento


O assunto deste artigo é de extrema relevância, pois sabemos que o Novo Testamento assinala a vida e obra de Jesus de Nazaré, além da ação dos seus Apóstolos (Ato dos Apóstolos, as Epístolas e o Apocalipse). Todavia, esse estudo nos revela claramente que o tão esperado Messias retratado no Antigo Testamento era Jesus. E para tal, ele nos dá passagens em alguns livros retratando fatos vindouros, fatos relacionados a vida e a Boa Nova do tão esperado Messias.


Deus se mostrou a todos, Ele se revelou aos homens. Isto aconteceu ao longo da história, primeiro com o povo eleito (o povo hebreu, "os judeus") na antiga aliança e, depois, com toda a humanidade através de Jesus Cristo na nova aliança. A revelação de Deus nos mostra não só como Ele é, mas principalmente porque que Deus nos criou, e o que espera de cada um de nós. Esta revelação está contida nas Sagradas Escrituras. 

Assim, iremos ao Antigo Testamento, para buscar os relatos que anunciam a vinda do Messias. 

- Gênesis e Êxodo

Já no livro de Gênesis encontramos um ensinamento relativo à missão do povo eleito: Este deve voltar a seu Deus pela esperança de uma libertação futura, consoante a promessa divina, e pela fidelidade aos seus mandamentos. No livro do Êxodo, quando localizarmos a pessoa de Moisés, em meio às pragas, encontramos a realização da primeira Festa da Páscoa, pois, foi uma figura da grande e solene Páscoa, durante a qual pela imolação do Cristo (Morte e Ressurreição) Jesus de Nazaré, livrou toda a humanidade, espiritualmente falando, do jugo do pecado e do demônio (fatos do Novo Testamento). Abaixo, veremos os livros que relatam a vinda do Salvador. A Páscoa  = “passagem” = é a maior festa do Cristianismo até os dias atuais.

- Davi

Davi é visto como um modelo de autoridade política justa. É aquele que unificou as tribos. Com a profecia de Natã (2Sm 7), os descendentes de Davi ocupariam o Trono de Israel. Por isso, mesmo com o fim da Realeza, os judeus permaneceram confiantes no ideal messiânico e ficaram a espera do Messias, que iria reunir novamente o povo, defendê-lo dos inimigos e organizá-lo numa sociedade justa e fraterna. Daí o entendimento de quando os judeus chamavam Jesus de “Filho de Davi”, sendo como um de seus descendentes, o Messias esperado. Cristo (palavra vinda da língua grega) = Messias = rei ungido de Deus. Jesus viria para reunir o povo, levá-los a vida plena na justiça e fraternidade do Reino de Deus.
- Livro dos Salmos 

No livro dos Salmos (louvores, em hebraico) encontramos maravilhosos textos de oração que nos ensinam como nos devemos dirigir a Deus. Em seu sentido verdadeiro e profundo, os salmos só poderão ser devidamente interpretados por aquele que crê em Jesus Cristo. Isso é evidente nos salmos messiânicos. Mas a mensagem de outros salmos, como os inúmeros textos bíblicos, só encontra sentido verdadeiro à luz da vida do Senhor Jesus. Os sofrimentos do justo, por exemplo, são, nos salmos, uma clara imagem dos tormentos suportados por Jesus na sua paixão. Assim, encontramos alusões a Jesus nos seguintes salmos: Adoração pelos Reis do Oriente (Sl 71, 19); Paixão do Redentor (Sl 21, 7-8) e (Sl 21, 19); Ressurreição (Sl 15, 10); Ascensão (Sl 67, 19); Divindade (Sl 109,1); Reino de Redentor (Sl 71, 8). 

Exemplos:

  • Paixão do Redentor Sl 21(22), 2 - 8 “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos? Meu Deus; clamo de dia e não me respondeis; imploro de noite e não me atendeis.  Entretanto, vós habitais em vosso santuário, vós que sois a glória de Israel. Nossos pais puseram sua confiança em vós, esperaram em vós e os livrastes. A vós clamaram e foram salvos; confiaram em vós e não foram confundidos. Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe.Todos os que me vêem zombam de mim; dizem, meneando a cabeça” 
  • Ressurreição (Sl 15, 10); “porque vós não abandonareis minha alma na habitação dos mortos, nem permitireis que vosso Santo conheça a corrupção.”
 - Livro de Isaías


Isaías foi um dos maiores profetas de Israel. É considerado como o profeta da Justiça, pois ele combateu a idolatria, e os abusos sociais que se alastravam no seu tempo; ele ameaçava os ricos e poderosos e eleva sua voz contra os hipócritas e todos aqueles que levavam uma vida frívola, fútil. Ele chama o povo ao arrependimento e à Fé. Anuncia que um terrível julgamento se anuncia e apenas um pequeno grupo será salvo. Todos essas previsões estão impregnados da mais firme esperança de um rei glorioso que há de vir e restaurar a ordem no mundo: o Messias, “o Príncipe da Paz”. Ele fala no “servo do Senhor”, o qual podemos ver uma belíssima imagem de Jesus Cristo, pois ele não é apenas um chefe dedicado e que ama, um mediador, um salvador, mas é chamado de o homem das dores (Is 53), título aplicado por excelência a Jesus, que salvou o seu povo pelos seus próprios sofrimentos. Assim, encontramos alusões a Jesus nos seguintes trechos: Descendência de Davi (Is 11, 1-12); a vinda do Salvador (Is 45, 8); Seu Nascimento duma Virgem (Is 7, 14).; Sua Divindade (Is 9, 6); Seu Precursor (Is 40, 3-5); Adoração pelos Reis do Oriente (Is 60, 1-9); Seu Magistério (Is 61, 1-3); Seus Milagres (Is 35, 4-6); Sua Paixão (Is 50, 6),  (Is 53, 2-8) e  (Is 53, 12); Ressurreição e Glória (Is 11, 10) 

Exemplos:

  • Descendência de Davi (Is 11, 1-2); “Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor”. 
  • Seu Precursor (Is 40, 3-5); “Uma voz exclama: Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus. Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas: que os cimos sejam aplainados, que as escarpas sejam niveladas! Então a glória do Senhor manifestar-se-á; todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor, porque a boca do Senhor o prometeu.”
  • Seu Magistério (Is 61, 1-3); “O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade; proclamar um ano de graças da parte do Senhor, e um dia de vingança de nosso Deus; consolar todos os aflitos, dar-lhes um diadema em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de vestidos de luto, cânticos de glória em lugar de desespero. Então os chamarão as azinheiras da justiça, plantadas pelo Senhor para sua glória.” 
  • Sua Paixão (Is 53, 2-9) “Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos. Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.) Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo? Foi-lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira.”
 - Livro de Jeremias 


O profeta Jeremias foi um grande anunciador (Jr 1, 5) e, teve como função, acordar seus compatriotas, seus chefes, sacerdotes e falsos profetas para o projeto de Deus presente na Aliança e sai em defesa dos fracos, pobres e oprimidos. Ele é perseguido, caluniado de derrotista, foi preso e correu risco de perder sua vida. Contudo, nunca deixou que tais fatos o fizessem calar a voz. A pessoa de Jeremias, símbolo do justo sofredor, reveste-se de excepcional importância. Tornou-se ele um prenúncio de Jesus Cristo, “o homem das dores, habituado ao sofrimento por causa dos pecados do seu povo”. E dentro de seu livro encontramos uma alusão à vinda do Salvador: (Jr 33, 14-17).

  • “Eis que outros dias virão. E nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a eqüidade na terra. Naqueles dias e naqueles tempos viverá Jerusalém em segurança e será chamada Javé-nossa-justiça. Porque diz o Senhor: Não faltará jamais a Davi um sucessor para ocupar o trono da Casa de Israel.” (Jr 33, 14-17)
 - Livro de Ezequiel


Dentro do seu livro, encontramos a partir do capítulo 33, uma exaltação ao novo Pastor do povo de Deus, anunciando a ressurreição de Israel, a restauração do templo e o restabelecimento de uma ordem das coisas, na qual, sob a direção divina, reinará a justiça. Vemos claramente um trecho em que o profeta Ezequiel entrevê o Messias (Ez 34, 23-24). O nome “Davi” usado por ele, significa o tipo do chefe íntegro e do verdadeiro pastor, que personifica o príncipe tão esperado pelo profeta, para presidir os destinos do povo eleito.

  • “Para pastoreá-las suscitarei um só pastor, meu servo Davi. Será ele quem as conduzirá à pastagem e lhes servirá de pastor. Eu, o Senhor, serei seu Deus, enquanto o meu servo Davi será um príncipe no meio delas. Sou eu, o Senhor, que o declaro.” (Ez 34, 23-24) 
 - Livro de Daniel


Daniel era possuidor de uma fé ardente, com grande patriotismo e um grande vigor na oração. Anunciava o Reino de Deus, assim como os demais profetas antes dele; tal Reino é o que será proclamado e realizado por Jesus Cristo. Assim, encontramos alusões a Jesus nos seguintes trechos: Sobre o Redentor (Dn 9, 23); Sobre a Destruição de Jerusalém    (Dn 9, 24-27); Sobre a Igreja (Dn 2, 44).

  • Sobre a Destruição de Jerusalém  (Dn 9, 24-27) “Setenta semanas foram fixadas a teu povo e à tua cidade santa para dar fim à prevaricação, selar os pecados e expiar a iniqüidade, para instaurar uma justiça eterna, encerrar a visão e a profecia e ungir o Santo dos Santos. Sabe, pois, e compreende isto: desde a declaração do decreto sobre a restauração de Jerusalém até um chefe ungido, haverá sete semanas; depois, durante sessenta e duas semanas, ressurgirá, será reconstruída com praças e muralhas. Nos tempos de aflição, depois dessas sessenta e duas semanas, um ungido será suprimido, e ninguém (será) a favor dele. A cidade e o santuário serão destruídos pelo povo de um chefe que virá. Seu fim (chegará) com uma invasão, e até o fim haverá guerra e devastação decretada. Concluirá com muitos uma sólida aliança por uma semana e no meio da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o devastador, até que a ruína decretada caia sobre o devastado.” 
  • Sobre a Igreja (Dn 2, 44) “No tempo desses reis, o Deus dos céus suscitará um reino que jamais será destruído e cuja soberania jamais passará a outro povo: destruirá e aniquilará todos os outros, enquanto que ele subsistirá eternamente.”
- Livro de Ageu 


Esse profeta afirma que o Redentor entraria no templo e na cidade nova. Encontramos essa passagem em(Ag 2, 7-10).

  • Entrada no Templo (Ag 2, 7-10) “sacudirei todas as nações, afluirão riquezas de todos os povos e encherei de minha glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos. A prata e o ouro me pertencem - oráculo do Senhor dos exércitos. O esplendor desta casa sobrepujará o da primeira - oráculo do Senhor dos exércitos. Sim, farei reinar a paz neste lugar, diz o Senhor dos exércitos. No segundo ano do reinado de Dario, no vigésimo quarto dia do nono mês, a palavra do Senhor fez-se ouvir pelo ministério do profeta Ageu nestes termos:”
 - Livro de Zacarias


Encontramos trechos que falam sobre o messias, a traição de Judas e sobre a sua Paixão: (Zc 9, 9)  (Zc 9, 12)  (Zc 12, 10). Vamos a elas:

  • Seu Nascimento (Zc 9, 9) “Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.” (grupo 6)
  • Traição (Zc 11, 12-13) “Eu disse-lhes: Dai-me o meu salário, se o julgais bem, ou então retende-o! Eles pagaram-me apenas trinta moedas de prata pelo meu salário. O Senhor disse-me: Lança esse dinheiro no tesouro, esta bela soma, na qual estimaram os teus serviços. Tomei as trinta moedas de prata e lancei-as no tesouro da casa do Senhor.”
  • Sobre a Paixão  (Zc 12, 10) “Suscitarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de boa vontade e de prece, e eles voltarão os seus olhos para mim. Farão lamentações sobre aquele que traspassaram, como se fosse um filho único; chorá-lo-ão amargamente como se chora um primogênito!” 
- Livro de Malaquias


Esse foi o último dos profetas. Criticou a infidelidade do povo e outras injustiças. Profetizou sobre o precursor do Salvador (Ml 3, 1-4).

  • Precursor (Ml 3, 1-4). “Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos. Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros. Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm. E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.” (grupo 8)